A situação do Abrigo São Lázaro, que atua há 30 anos na capital cearense, voltou a chamar atenção da população nesta semana após o anúncio de paralisação das atividades por falta de doações. De acordo com Apollo Vicz, diretor e representante do abrigo, o anúncio foi feito após constatar-se que o local se encontrava em estado crítico. “Já passamos por situações difíceis antes, sempre fomos otimistas. Mas, parece que está piorando a cada dia”, explica.
O diretor detalhou que, atualmente, o São Lázaro abriga mais de 1.200 animais, entre cães e gatos. Por esse motivo, a demanda é de 360 kg de ração por dia, o que resulta em um gasto médio de R$ 2.700 reais diários. “Só com ração os gastos por mês ultrapassam 80 mil reais, fora clínicas veterinárias onde estamos devendo mais de R$ 100 mil, pois nossos resgates são de animais em casos críticos, vítimas de maus tratos, fratura exposta, quinados e etc. Além das contas de energia atrasadas”, relata.
Em outubro de 2021, o Abrigo São Lázaro conseguiu chamar a atenção do Poder Público após anunciarem que estavam encerrando as atividades de resgate por falta de recursos. Na ocasião, o Prefeito de Fortaleza, José Sarto, determinou que a Gestão Municipal faria um repasse anual de R$ 300 mil para a manutenção das despesas do abrigo. Porém, Apollo conta que, por conta desse auxílio, as pessoas deixaram de ajudar. “Recebemos 25 mil por mês e é exatamente nesse repasse que as pessoas deixam de ajudar, achando que esse valor supre as nossas necessidades. Mas, estamos falando de 1.200 animais”, pontua o diretor.
Ao longo de 30 anos, o abrigo já passou por situações difíceis como um incêndio que matou 12 animais adultos e todos os filhotes asfixiados. Porém, para Apollo, este é um dos piores momentos. “Não estamos mais resgatando e nem recebendo animais, por falta de espaço e alimentação”, declara.
O Abrigo São Lázaro realiza, além dos resgates, o controle de zoonoses, a reabilitação de animais, o controle populacional por meio do incentivo à castração e adoção responsável. “O que seria dos animais de Fortaleza, Ceará, do Brasil, se não fossem os abrigos e protetores independentes? Nem quero imaginar”, denuncia o diretor.
Para ele, uma forma de trazer estabilidade financeira para abrigos que realizam trabalhos semelhantes seria se fossem mantidos pelo Poder Público. “Nós somos utilidade pública e fazemos por amor o que deveria ser trabalho deles”, afirma. Para ajudar, a população pode doar para o São Lázaro por meio do Pix CNPJ 13043465/0001-71. Para mais informações sobre outras formas de ajudar, também é possível entrar em contato com a equipe do abrigo no Instagram @abrigosaolazaro.
Neste domingo, 26, o abrigo promoverá o “Mutirão do Banho”, por onde serão recebidas doações de shampoos, sabonetes e produtos de higiene para pets. “Realizar essa visita é uma ótima oportunidade para que as pessoas conheçam o abrigo e para que possam conhecer de fato a nossa realidade e dimensão”, explica Apollo Vicz. O diretor destaca ainda, que os animais que estão sob os cuidados do abrigo são provenientes da sociedade. “A sociedade que foi negligente e cometeu o crime de abandono. Não existe animal de rua, existe animal abandonado, animal não brota do asfalto ou dá em árvore, todos foram abandonados pela sociedade”, declara.
Por Yasmim Rodrigues














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